
Insistências da Arte
8º Seminário de Pesquisadores do PPGArtes UERJ
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Assista a todas as Mesas e Conferências!
Em meio a uma pandemia com consequências potencializadas pelo contexto de crise política, o desmonte da Universidade Pública segue seu caminho acelerado. De dentro dela e a partir das discussões que levanta, a investigação e a criação artística se potencializam como territórios de produção de liberdades, de resistência e de criação de outras realidades.
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Entendendo o campo da Arte em suas especificidades, ainda que transbordando suas experiências para todos os campos do conhecimento, persistimos em nossas pesquisas sem nos resignar a uma mera instrumentalização de nossos materiais e saberes, sem deixar de cravar na superfície do conhecimento nossa urgência e desejo de continuidade de existência. Em suas insistências, a arte abre caminhos, possibilita outras entradas, faz ver o que ainda não aparecia, escava rastros, marca subjetividades, cria demandas e materializa discursos.
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Persistir, na iminência de um presente que constrói futuros: semear, diversificar, nutrir e criar raízes em um terreno que se vê cada vez mais desgastado por uma espécie de monocultura, um caminhar catastrófico para a anulação das diferenças. Insistimos em evidenciá-las, insistimos em cultivá-las, e insistimos em diversificar ainda mais as especificidades, dentro de nosso campo de conhecimento.
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Se a pandemia de COVID-19 apresentou novos problemas a toda uma geração, ela também teve o poder de descortinar problemáticas já há muito denunciadas pelo campo da Arte. A redução do Ministério da Cultura a uma Secretaria Especial do Ministério do Turismo, os desmontes e a precarização das instituições culturais, os cortes de financiamentos, os diversos ataques e instrumentalizações que as Artes têm sofrido resultaram na patente fragilidade estrutural que já vivenciávamos e que não podemos ignorar. A interrupção das atividades em instituições culturais, o fechamento de espaços independentes, as demissões massivas e suspensão de contratos e serviços deixou a todas/es trabalhadoras/es das Artes e da cultura com uma grande questão a ser resolvida coletivamente: Como prosseguir diante de tais temeridades?
Evocamos Insistências da Arte como uma ação/ofício que se mantém por conta dos sujeitos envolvidos em sua produção/criação. Perseveramos pois produzimos em um país que multiplica desigualdades em diversos sistemas, inclusive o cultural, que de dentro de seus espaços de poder determina que grupos devem ter acesso a que tipo de arte e no qual a maioria da população nunca foi a museus ou centros culturais e boa parte depende do acesso gratuito para frequentá-las. Se em pouco mais de 20 anos o país mais que triplicou programas de pós-graduação na área de artes, graças à ampliação das universidades públicas e a uma insistência permanente dos profissionais de arte de dentro e fora delas, que futuro nós, pesquisadores de agora, estamos construindo?
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Ainda que previsões não sejam possíveis, apostamos no exercício da fabulação e recusando a nostalgia, sugerimos uma insistência na emergência de novas formas de viver e nas coletividades como possibilidade de produção de estratégias que sejam capazes de nos levantar a todas/es. Diante da impossibilidade de aglomerar como costumávamos fazer, insistimos no ajuntamento, mesmo que remoto, para que não percamos de vista o que se pretende construir como outros mundos possíveis por meio da arte.
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O Seminário de Pesquisadores do PPGArtes/UERJ segue em sua oitava edição em 2021 e convida pesquisadores artistas e não artistas, de dentro e de fora da Universidade, a tecer essa coletividade através da chamada pública para a submissão de trabalhos em duas modalidades: Comunicação de pesquisa e Exposição virtual. A inscrição é gratuita e não garante a participação, ficando a seleção das propostas a critério da organização do evento.
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Desafiamos pesquisadores do presente a compartilhar suas investigações, experiências, reflexões e práticas artísticas entendendo-as como atividades de contra-fluxo, resistência e insistência. Como um evento de discentes do Programa de Pós-Graduação em Artes da UERJ, partimos das nossas linhas de pesquisa existentes hoje para pensar nas Insistências da Arte, reconhecendo a importância de dividir os modos de fazer, compartilhando o desejo de escuta e reconhecendo a potencialidade do encontro entre pesquisas e materialidades (ainda que virtuais).
Cada participante deve escolher o eixo temático (apenas um) que mais dialoga com seu trabalho, sendo eles (as descrições detalhadas de cada um constam nas Normas para Submissão):
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Arte, experiência, linguagem;
Arte, imagem, escrita;
Arte, pensamento, performatividade;
Arte, sujeito, cidade;
Arte, recepção, alteridade.
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Aproxime-se desse ajuntamento seguro - e extremamente necessário - de Insistências da Arte!